Ela era feliz!




Era uma vez uma menina. Ela era feliz. Facilmente os seus olhos brilhavam. O sorriso encantava. Ela era feliz. Vestia leveza, passeava alegria e era feliz. As suas palavras eram doces, o seu abraço curava corações, e a sua bondade trazia mais vida ao mundo. Reparem, ela era feliz!
Por onde passava ninguém ficava indiferente. Seria a cor dos seus cabelos? A leveza dos seus passos, o brilho dos seus olhos? Ou simplesmente por que era feliz?
Ajudava quem lhe pedisse. Não recusava companhia. Gostava, até! Era conhecida de toda a gente. Novos e velhos. Com os novos brincava… ensinava e divertia. Com os velhos aprendia. Gostava de os ouvir, atentamente. Não como quem ouve por obrigação, mas sim como quem escuta, saboreia o que é dito e é feliz por fazê-lo. Ela era feliz. Ela confessava educadamente, gosto mais dos velhos… Gosto de lhes dar valor quando o mundo lhes diz que já não servem para nada.
Ela sorria sempre. Sempre sempre sempre. Para quem quer que fosse, ela sorria. E quando lhe sorriam de volta, ela era feliz!
Era uma boa menina. A serio que era. Atentava em tudo que merecia atenção. Até ao que não merecia, diga-se. Mas ela era feliz.
Não se preocupava. Nada a entristecia. Nada a chateava. Afinal, ela era feliz. Era calma, era fácil. Não incomodava nem nada… tudo era mais simples com ela. Tinha também esse dom. Facilitava, resolvia. Mas tudo muito calmamente. Não discutia. Não se exaltava. A sua voz era sempre como uma melodia. E ela era feliz.
A vida podia não correr bem. Podia até estar a chover e molhar-lhe os pés. Mas ela não deixava de ser feliz. Nem sempre sonhava. Às vezes nem dormia. Mas era feliz!
A menina tinha uma pele muito bonita. Uma cor encantadora. E a sua pele protegia-a. Sim… é verdade que toda a pele é feita para proteger. A pele protege-nos de sentir o frio tal qual como ele é. Protege-nos igualmente do calor. Protege-nos até de pequenas pancadinhas. A pele só deixa passar aquilo que somos capazes de suportar. É óptimo não é? Eu também acho. Mas existe uma zona, assim no centro do peito, em que a pele se torna muuuuuuuuuuuuuito fininha. Mas mesmo muito fininha. Tão fininha que quase é transparente. Já imaginaram o perigo? Qualquer coisa dirigida a essa zona passa com muita facilidade. E faz doer! Ah, se faz.
Entendem agora?
A menina tinha um sorriso lindo, um brilho no olhar encantador. A menina tinha um andar dançante. A menina tinha um cabelo de uma cor que parecia mel. E a menina era mesmo feliz!!

Quem havia de se lembrar daquela zona tão desprotegida?
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