Olá,

preciso de desabafar. Contar-te sobre o meu dia. Sabes, cada vez mais acho que não pertenço nadinha aqui. O caminho até cá custa-me, cada passada que me afasta mais e mais do meu cantinho é dolorosa. Mas também... estar lá sem ti, não é a mesma coisa.
Sinto a tua falta. Não sou a mesma assim, sem ti. Ou sem parte de mim, é igual.

É estranho, mas vivo como se continuasses a ver-me, a ouvir-me e a sentir-me. Quer dizer, vivo a acreditar nisso, vivo ao faz de conta. Vivo como se pudesse dizer-te a dor que sinto aqui dentro, como se pudesse mostrar-te o meu sorriso mais inocente, como se pudesse queixar-me de tudo e mais alguma coisa, que é o que mais sei fazer=). Mas tu sabes ouvir e não ligar, e dizer que tudo vai ficar bem! Vivo como se estas lágrimas te caíssem no colo e como se a tua mão, tão delicada, mesmo às escuras, me percorresse a cara, na tentativa de descobrir o meu choro calado.

Vivo como se, ao fim do dia, pudesse pousar-me no teu peito e desocupar a cabeça de tudo e todos. Olho para o lado, a cama está vazia. Não faz mal. Volto a fechar os olhos e imagino. Imagino e adormeço.

Não abdico da tua imagem, dos contornos do teu corpo tão claros, ainda, na minha cabeça. Sei-te de cor. Se me concentrar até sinto o teu toque. Tão bom. Sim, estou sozinha. Eu sei, mas faz de conta que não.

Amo-te

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3 Response to " "

  1. Anónimo Says:
    1 de maio de 2010 às 12:45

    Não tens corpo, nem pátria, nem família,
    Não te curvas ao jugo dos tiranos.
    Não tens preço na terra dos humanos,
    Nem o tempo te rói.
    És a essência dos anos,
    O que vem e o que foi.

    És a carne dos deuses,
    O sorriso das pedras,
    E a candura do instinto.
    És aquele alimento
    De quem, farto de pão, anda faminto.

    És a graça da vida em toda a parte,
    Ou em arte,
    Ou em simples verdade.
    És o cravo vermelho,
    Ou a moça no espelho,
    Que depois de te ver se persuade.

    És um verso perfeito
    Que traz consigo a força do que diz.
    És o jeito
    Que tem, antes de mestre, o aprendiz.

    És a beleza, enfim. És o teu nome.
    Um milagre, uma luz, uma harmonia,
    Uma linha sem traço...
    Mas sem corpo, sem pátria e sem família,
    Tudo repousa em paz no teu regaço.

  2. R says:
    8 de maio de 2010 às 23:28

    A minha amiguinha está tão triste.Faz-nos sofrer muito, quando estamos afastados de quem amamos. Mas atenção, há afastamentos e afastamentos. Uns são necessários, outros são porque alguém o desejou. Se for este o caso,não te aconselho a viver de faz de conta. Tens de encarar a realidade.
    Beijinhos Izzie e Bom Domingo

  3. Su says:
    18 de maio de 2010 às 01:49

    Ás vezes fazer de conta é o melhor ... ^^
    GOSTEI MUITO *

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